O Presente Eterno: da Geometria à Forma
As enchentes anuais do Nilo obrigam a aparição da geometria para medição das terras. Por conseguinte, é necessário criar algum sistema se símbolos para os diferentes números, as diferentes pessoas, os distintos tipos de cereais e produtos e os diversos acontecimentos. Os habitantes das regiões dos rios Tigres e Eufrates haviam inventado pouco antes de 3000 a.C. um sistema pictográfico rudimentar no qual a escrita era uma imitação dos objetos representados. Assim, através de belos símbolos, os egípcios elaboram o que os gregos denominam escrita hieroglífica (signos gravados sagrados), com um grande número de símbolos, alguns dos quais representavam palavras, e outros, partes de palavras. A princípio, a egípcia é uma escrita ideográfica, já que representa os objetos pela sua figura e por um símbolo. Abreviando os signos se faz a escrita hieroglífica, enquanto se passa da escrita ideográfica à fonética, tornando silábicos os seus signos. Mais adiante, por volta de 1500 a.C., surge a leste do Mar Mediterrâneo a ideia de limitar o número dos símbolos gráficos a 25. Daí surgem, precisamente, tanto o alfabeto grego quanto o latino. O alfabeto deve ser entendido não só como um meio de comunicação, mas também como um desenho fundamental: como um logotipo, e , em consequência, como um signo arquitetônico. A forma arquitetônica, além de ser algo, significa, ou seja, transmite algo: é um signo. Instrumento de tradução de ideias arquitetônicas, o signo arquitetônico é a união de um significado e um significante, assim, o alfabeto pode ser considerado o primeiro signo arquitetônico, uma ideografia desenhada para ser empregada na arquitetura. Arbitrário e variável, o signo sempre se relaciona a uma circunstância e traduz os sentimentos do seu momento histórico. Mas as formas de geometria não são apenas casuais ou incertas, também podem ser absolutas e estas- levadas da pura geometria à arquitetura – dão lugar a