Fichamento - introdução à leitura de Hegel
CURSO SUPERIOR DE FILOSOFIA
DISCIPLINA: LÓGICA DIALÉTICA
DOCENTE: IVAIR COELHO ITAGIBA
TRABALHO: FICHAMENTO DE – INTRODUÇÃO À LEITURA DE HEGEL
RIO DE JANEIRO
2013
Alexandre Kojève – Introdução à leitura de Hegel – Aulas sobre a fenomenologia do espírito, ministradas de 1933 a 1939, na École dês Hautes Études, reunidas e publicadas por Raymond Queneau. Tradução: Estela dos Santos Abreu. Ed Uerj CONTRAPONTO.
Sexta conferência
NOTA SOBRE A ETERNIDADE,
O TEMPO E O CONCEITO
(p. 558, linha 3-4)
Quando se fala do surgimento da ciência na realidade concreta do mundo histórico, é obrigatório falar de um antes e de um depois, isto é de um devir, e portanto do tempo. Ao estudar a relação entre a ciência e a realidade-objetiva, é necessário pensar a relação entre a ciência e o tempo.
Não há dúvida que ela (a verdade) é encontrada num certo momento do tempo e que ela existe no tempo, porque existe pelo e para o homem que vive no mundo. Quando se lida com o problema da verdade, mesmo parcial, lida-se forçosamente com o problema do tempo, ou, de modo mais especial, com a relação entre o tempo e o eterno, ou entre o tempo e o intemporal. (“No que se refere ao tempo, [convém dizer que ele] é o próprio conceito que existe empiricamente.” Hegel).
O universo das ideias a ideia das ideias, é para Platão o que Hegel chama de conceito (Begriff) ou Ideia, na Logik. O mundo dos fenômenos é o que Hegel chama de existência-empírica (Dasein). A existência é essencialmente mudança, isto é, uma entidade temporal. Por outro lado, só há mudança na existência: ou seja, a existência não é apenas temporal, mas é o próprio tempo. Já o conceito não muda essencialmente. Logo, ele é essencialmente algo diferente do temporal e algo diferente do tempo. O problema das relações entre o conceito eterno, de um lado, e do tempo e da eternidade, de outro.
Para Platão, o conceito se refere a algo diferente de si mesmo. (Foi nesse ponto que Platão