O preconceito linguistico no conceito educacional
1 Maria Zélia da Silva Junior
RESUMO
O presente artigo aborda o Preconceito Linguistico com base no fenômeno das variações lingüísticas. Pressupõe-se que a relação entre fala e escrita baseia-se num problema social. Não se pode esquecer, contudo, que as raízes culturais das pessoas devem ser preservadas, pois são inquestionáveis, porém têm finalidade no estudo da língua, para entender a sua origem e o porquê da sua escrita. Vale lembrar que noções e orientações quanto ao correto e o incorreto para falar a língua, não vão afrontar a cultura de nenhum cidadão. Além disso, ainda hoje quando se fala na realidade lingüística do Brasil se vê uma divisão entre falantes da norma culta, uma minoria que desfruta os bens e serviços do universo da cidadania, e os falantes de norma popular, uma maioria que possui pouco ou nenhum acesso aos bens de consumo e serviços sociais. Assim, compreender a realidade lingüística brasileira é também entender sua formação histórica e social.
Palavras-Chave: Variação Linguistica; Gramática; Prática Pedagógica; Preconceito Linguistico.
INTRODUÇÃO Nenhuma língua é um fenômeno homogêneo e estático. Ao contrário, tem variações segundo a situação geográfica, histórica e social. Por isso não há linguagens melhores nem piores, mas simplesmente diferentes. Segundo Signorini (2002), “a língua se relaciona com a sociedade porque é a expressão das necessidades humanas de construir e desenvolver o mundo.” No Brasil, ainda que todos falem o português há usos diferentes dessa língua. Essas variedades adquirem marcas de prestígio por questões históricas e sociais. Daí a necessidade de superar o preconceito lingüístico que ronda a escola e que massacra os alunos, pois a criança que domina uma variante lingüística social não fala necessariamente errado, apenas fala de modo diferente. Para desmistificar esse preconceito, o presente artigo objetiva analisar o uso das variedades