O POEMA DE GREGÓRIO NA INTERPRETAÇÃO DE CAETANO VELOSO
Diante de algumas mudanças no comportamento humano onde o homem passa a separar ou dividir seus pensamentos entre pecado e perdão, entre o possuir, governar, ter e as questões espirituais surge o Barroco.
Gregório de Matos e padre Antonio Vieira foram os principais poetas literários mais conhecidos do estilo Barroco. Quem foi Gregório de Matos? Maior poeta do barroco brasileiro, nascido em Salvador capital baiana em 23 de dezembro de 1663 e faleceu em 26 de novembro de 1696 na cidade de Recife. Gregório de Matos não publicou nada em vida. Seus poemas são considerados líricos – religiosos, amorosos e filosóficos – e poema satírico. Vejamos um deles:
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pertendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus. (Gregório de Matos)
No poema religioso Gregório de Matos se envolve pelo sentimento de culpa e de arrependimento pedindo o perdão a Deus – como vimos no poema citado acima. No estilo Satírico ele mostra a crítica de um povo marcado pela desonestidade nascendo assim o lírico que por sua vez adota um ponto de vista conservador e preconceituoso. Neste contexto nasce o apelido de Boca do Inferno. Finalmente na poesia erótica ele utiliza palavras obscenas, palavrões mesmo em textos simples.
No barroco a dualidade foi vista como principal elemento original para separar, dividir o divino do terreno. O homem dividido entre o desejo de aproveitar a vida e de garantir um lugarzinho no céu.
Outro poeta que se destaca na literatura brasileira barroca chama-se