O poema abaixo de Ana Cristina Cesar retirado do livro In ditos e dispersos da Editora tica
A autora faz jogo de palavras, recorre à intertextualidade explícita, cria neologismos, faz da metalinguagem um tema. Diante disso, vamos aprofundar um pouco mais nossa leitura:
a) Destaque exemplos de neologismo (invenção de palavras) e discorra sobre sua importância no poema.
O neologismo trata-se da competência do falante em atribuir um novo conceito linguístico a um determinado elemento. No poema vemos a palavra gatografia como um exemplo de neologismo. O poema fala em si da vida de um gato e de todas as suas artimanhas e códigos que o próprio tem para si, mas que são incompreensíveis para o poeta. E por mais que ela tente fazer parte desse universo, ela não consegue compreender a linguagem felina de suas artimanhas.
b) A autora fala da linguagem (do gato, mas também da linguagem do poeta) e, em especial, o papel do ser humano em nomear os seres. Que verbo sintetiza a opinião da autora sobre o ato de nomear?
Um dos verbos que a poetisa usa em seu poema para nomear os seres é o próprio verbo nomear, onde demostra nitidamente essa necessidade do ser humano de dar nome aos seres. Porém, poeticamente, podemos usar o verbo, falando em neologismo, gatografia, que nada mais é a forma de expressão da linguagem do felino.
c) Ela questiona sobre o nome gato nos versos “e o nome do gato?/ J. Alfred Prufrock? J. Pinto Fernandes?” Sabendo que J. Pinto Fernandes é um nome que aparece no poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, nomear, escrever, desenhar são ações de que tipo: reais ou ficcionais? Afinal, o que é literatura na concepção dada pela poetisa?
A poetisa pode-se dizer, que nós da um nó na cabeça quando nos deparamos com esse poema. Nomear, escrever e desenhar pode ser totais reais ou ficcionais, dependendo da visão que você tem da leitura. Tudo depende da forma de como você recebe a linguagem que o rodeia. No poema, é claramente visível a falta de