O Poder Paterno - John Locke
No começo do capítulo, John Locke faz uma crítica a expressão “poder paterno” como se este atribuísse poder apenas ao pai. Assim, sugere “Pátrio poder”, que remete aos pais, para reforçar seu argumento utiliza trechos da bíblia para mostrar que, pai e mãe têm o mesmo grau de poder sobre os filhos.
De acordo com Locke o homem é propriedade de Deus, no entanto, todos os homens são iguais por natureza. Mas mesmo todos sendo iguais no estado de natureza, não quer dizer que não exista desigualdade, uma vez que diferenças de idade e algumas outras virtudes podem causar domínio de certos homens sobre os outros. Mas esse não é o foco do autor, e sim que todo homem tem sua liberdade natural, sem estar sujeito a vontade ou autoridade de outro homem.
Mas quando falamos em filhos temos outro ponto para levarmos em consideração, pois esses não nascem em estado pleno de igualdade. Quando nascem, os pais tem sobre eles domínio e jurisdição temporária até que atinjam sua maturidade racional. Enquanto isso não ocorre, os pais têm obrigação de proteger, alimentar e sobre tudo educar seus filhos, tendo em vista que ainda não estão sujeitos a lei da razão. Locke pressupõe que a infância não é só um estado de fragilidade e de dependência, mas também um estado de desenvolvimento de faculdades. Dessa forma, enquanto não atingirem o uso da razão ficariam sob a tutela dos pais.
O único que veio ao mundo imediatamente livre foi Adão, que foi criado um homem feito, com o corpo e a mente em plena posse de sua força e razão. Mas ninguém mais veio ao mundo dessa forma. E vindo ao mundo por um nascimento natural, você vem ignorante e sem o uso da razão, sendo assim você não é submetido a lei da razão, ou seja, não nasce livre.
Ao discutir isso, Locke introduz seus conceitos de lei e liberdade. Diz que o objetivo da lei não consiste em abolir ou restringir, mas em preservar e ampliar a liberdade. E como o homem é um ser capaz de lei, e a liberdade tem de ser livre de