O PLEBISCITO BRASILEIRO
Discussão sobre a articulação entre a leitura da história do Brasil e a afirmação de determinados valores políticos (participação, eficiência, estabilidade) em detrimento de outros. Utiliza como estudo o período de campanha para o plebiscito de 21 de abril de 1993, onde os brasileiros puderam escolher entre República e Monarquia, parlamentarismo e presidencialismo: o exame da história do Brasil desempenhou um papel central - algo surpreendente, num país dito "sem memória". As diferentes visões do passado, porém, estavam vinculados diferentes conjuntos de valores políticos.
O PLEBISCITO BRASILEIRO DE 1993
O Plebiscito de 1993 foi uma fraude eleitoral regulada 4 de fevereiro de 1993 cujo grande objetivo foi legitimar, após 104 anos, o golpe militar que impôs a república no Brasil em 15 de novembro de 1889.
Ironicamente, o plebiscito ocorreu em 21 de abril de 1993. Só para lembrar, 21 de abril é um feriado no Brasil que presta homenagens ao traidor Tiradentes. Ele tentou implantar a república em Minas Gerais através de um golpe que objetivava separar Minas do resto do Brasil. A consequência seria óbvia: a divisão do Brasil em dezenas de republiquetas pobres e desunidas semelhante ao que é hoje em relação à América Latina espanhola.
Acredite se quiser, os republicanos golpistas do séc. XIX transformaram Tiradentes no símbolo do “herói” que morreu em prol da “liberdade”.
O plebiscito de 1993 em si não tem legitimidade, apesar de ser considerado juridicamente válido. O plebiscito foi mais um golpe político que entrou para os livros da história como “festa da democracia”, apesar de ser questionável em vários aspectos.
1º Aspecto: o plebiscito misturou a escolha da forma de governo (monarquia ou república) com a forma de Estado (parlamentarismo ou presidencialismo). Até mesmo entre os estudiosos, a classificação causa confusão e debates. Imagine entre o povo leigo? Foi o que aconteceu. E a mistura foi feita de propósito