O Plano Real, que entrou em vigor no ano de 1994, obteve sucesso por diversos motivos, e um desses é a originalidade na elaboração de suas medidas. Um dos motivos que explica o sucesso do Plano, diz respeito às condições externas no momento em que o plano foi lançado, havia abundância de liquidez internacional e um alto nível de reservas. Ademais, a medida de implementação da URV (Unidade Real de Valor), consistiu a chamada desindexação, onde esperava-se criar um padrão estável de valor, ao invés do congelamento, proposta que não havia dado certo nos planos anteriores. Além disso, o processo conhecido como âncora cambial teve sua importância no sucesso também, uma maneira de se alcançar a estabilidade de preços através da recuperação da confiança na moeda nacional, a partir da garantia de seu valor externo. Isso só se faz possível quando há financiamento em moeda estrangeira, e uma quantidade suficiente de reservas internacionais, para desestimular a especulação contra a paridade em questão. Dessa maneira, em comparação com o Plano Cruzado, na época deste o país tinha uma grande dívida externa e não possuía liquidez internacional. Um outro fator que contribuíra para o sucesso do plano em questão diz respeito à uma nova condição econômica, a maior abertura da economia brasileira na década de 90. Além do fator político, onde o governo possuía o apoio do congresso, e havia uma perspectiva de continuidade em relação a este governo, devido a eleição de FHC. Ademais, a experiência obtida com os planos anteriores também influiu sobre o sucesso, porque, a desinflação abrupta é um obstáculo à estabilização, e ao contrário do Plano Cruzado por exemplo, que reajustou o salário e manteve as taxas de juros baixas, o Plano Real não reajustou os salários, elevou os juros e restringiu o crédito.