O pequeno príncipe
Antoine de Saint-Exupéry
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Módulo do Pequeno Príncipe
“Gostaria de ter começado essa história como nos contos de fadas. Gostaria de ter começado assim: Era uma vez um pequeno príncipe que habitava um planeta pouco maior que ele, e que tinha necessidade de um amigo...” (p.18) Mas o livro O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, não começa como em um conto de fadas, mas sim com o narrador, um aviador, contando sobre o medo que ele sentia quando criança e a sua dificuldade em expressá-lo. Por não ter sido compreendido, se tornou um adulto solitário e sem amigos. Freqüentemente, a infância é romantizada e existe o mito da “criança feliz”. Muitas crianças, na realidade, se sentem como o aviador, e sofrem por não saber expressar seus medos. Quando sentimos medo e não somos compreendidos, nos fechamos para as relações e perdemos a possibilidade de viver plenamente. O mistério e a magia da vida surgem quando nossa alma nasce nos encontros e nas experiências reais. Incompreendido, o menino torna-se um adulto solitário que não acredita nas “pessoas grandes”. Ao dedicar o livro a um adulto, o aviador quer mostrar que quando fala das pessoas grandes com hostilidade, não está se referindo a todas elas, mas àquelas que, como ele, esqueceram a criança que existe dentro de si.
“A Léon Werth Peço perdão às crianças por dedicar este livro a uma pessoa grande. Tenho um bom motivo: essa pessoa grande é o melhor amigo que possuo. Tenho um outro motivo: essa pessoa grande é capaz de compreender todas as coisas, até mesmo os livros de criança. Tenho ainda um terceiro motivo: essa pessoa grande mora na França e ela tem fome e frio. Ela precisa de consolo. Se todos esses motivos não bastam, eu dedico então este livro à criança que essa pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes foram um dia criança – mas poucas se lembram disso. Corrijo, portanto, a dedicatória:
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A Léon Werth Quando ele era criança”
Quando fala das “pessoas