Relatório da monarquia a republica
Relatório.
COSTA, Emília Viotti da. A Proclamação da República. In: Da Monarquia à República: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999. 7ª ed
Emília Viotti inicia seu texto criticando a historiografia repetitiva que se tinha a respeito do início da República no Brasil. As versões tradicionais se estruturavam parcamente em torno da questão religiosa, da questão militar e da abolição, de um lado. Na outra extremidade, os historiadores defendem a versão de que a República foi consequência natural dos “vícios do antigo regime”.
Ambas as versões, infere autora, não passam de interpretações superficiais que apenas reproduziram “a opinião dos contemporâneos sobre o Quinze de Novembro”. Duas teses resultaram daí: a versão dos monarquistas a respeito do movimento, e a versão dos republicanos. Os primeiros não se compraziam às razões da necessidade de um movimento, pois para eles a monarquia não possuía nenhum tipo de deficiência. Do seu modo de ver, tudo não passou de um golpe militar em defesa de interesses mesquinhos e nem sempre justificáveis por uma minoria que se revelava contra o povo e muito voltado para si. Na opinião dos monarquisas, a República “fora fruto do descontentamento e da indisciplina dos militares que se aliaram aos fazendeiros ressentidos com a abolição da escravatura”.
Os republicanos, por sua vez, tinham a convicção de que a República foi necessária aos “vícios do regime monárquico”, entre eles os abusos do Poder Pessoal, a vitaliciedade do Senado, fraude eleitoral que fazia com que o governo vencesse sempre as eleições etc. Na sua opinião, ao ser proclamada a República, os militares seriam os intérpretes do povo, sendo o Exército e o partido republicano, o sucesso do movimento.
A critica de Viotti se direciona à importância que os cronistas davam aos personagens políticos, acreditando que seu desempenho deveria ser profundamente estudado e analisado para explicar a queda do regime