O papel que as crenças religiosas desempenham na vida social.
O estudo da religião é tema constitutivo e fundador da sociologia. Tanto Karl Marx, como Emile Durkheim e Max Weber se interessaram pela elaboração de teorias visando compreender aspectos da vida religiosa e sua influência na sociedade.
Os estudos produzidos por Weber, porém, sem dúvida alguma tiveram maior amplitude teórica e empírica. Weber analisou e comparou diversas religiões que existiram e que ainda existem no mundo, avaliando o papel que as crenças religiosas exercem na conduta dos indivíduos em sociedade. Num plano mais geral, o autor desvelou o potencial que a religião tem de provocar transformações na ordem social, sejam elas na esfera da economia, da política ou ainda da cultura.
A sociologia compreensiva
Weber jamais aceitou os pressupostos do materialismo histórico (teoria elaborada por Karl Marx e Frederich Engels) como único modelo teórico-metodológico válido para compreensão da realidade social.
De acordo com a teoria marxista, a forma como o homem produz e reproduz sua sobrevivência (ou seja, a maneira como busca satisfazer suas necessidades materiais, indispensáveis à manutenção da própria vida) exerce uma influência determinante sobre as outras esferas da vida social, tais como a religião, a cultura, os costumes, as instituições políticas e jurídicas, a ideologia e etc.
A sociologia compreensiva formulada por Weber se contrapõe ao determinismo econômico ao enfatizar que nem sempre as diversas esferas da vida social derivam, ou estão subordinadas, à estrutura econômica de uma sociedade. Há casos em que ocorre o inverso, isto é, as idéias, valores éticos e concepções de mundo (ou seja, as representações sociais) podem desempenhar um papel crucial na produção da vida material.
Religiosidade e racionalidade econômica
Weber atribuiu às crenças e valores religiosos um papel importante na conduta dos indivíduos em sociedade. Num dos seus livros mais proeminentes,