O PAPEL DOS MILITARES NO DESENVOLVIMENTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA
PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA
Prof. Dr. Victor Andrade de Melo
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prof. Randeantony C. Nascimento
Universidade Federal de Sergipe-NPSE/Universidade Gama Filho-PPGEF Os primórdios da Educação Física nacional e a participação dos militares Desde meados do século XIX, pode-se observar nas escolas militares brasileiras a preocupação com a sistematização e o ensino de práticas ligadas aos exercícios físicos. Em
1858, estabelece-se regimentalmente a esgrima e a natação para os cursos de infantaria e cavalaria da Escola Militar. Já na Escola de Marinha, "...estabeleciam-se as seguintes práticas: esgrima, uma vez por semana; ginástica, uma vez por semana; natação, duas vezes por mês e aos domingos antes da missa"
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. Outros exemplos da importância concedida a prática de atividades físicas pelos militares podem ser obtidos nas nomeações, em 1860, de Pedro Guilhermino Meyer (para contramestre de ginástica da Escola Militar) e José Ferreira da Costa (para instrutor de ginástica do Depósito de Aprendizes de Artilheiros). Após essas datas, em todas as modificações e reestruturações das escolas militares, sempre foi explicitamente considerada a necessidade de ensino e prática de atividades físicas, o que sem sombra de dúvida tornou as forças armadas pioneiras em tal preocupação. A valorização da prática sistematizada de exercícios físicos, provavelmente pela sua utilidade na manutenção da boa forma do combatente e pela crença que era de utilidade na disciplinarização da tropa, não é somente observável nas forças armadas brasileiras. Um passeio pela história permite perceber, em vários países, militares ligados ao desenvolvimento da Educação Física, como, por exemplo, na concepção e difusão de alguns métodos gímnicos europeus. A influência do Exército estendeu-se a nosso sistema escolar civil da época, por conta
da