O papel dos excluídos na pluralidade religiosa brasileira: uma abordagem da Colônia à República neoliberal, numa visão sociológica.
A presente análise tem por objetivo fazer um estudo dos valores religiosos presentes no Brasil desde sua colonização até os dias de hoje, uma republica neoliberal, baseando-se nos seguintes questionamentos: De que maneira aconteceu no Brasil o surgimento da pluralidade religiosa e o que levou pessoas humildes a transformarem o cenário religioso em palcos de explosão da fé?
Especificamente, nosso trabalho é focar como se deu a introjeção de diversas manifestações religiosas numa nação que, de 1500 a 1824, viveu sob o absolutismo e tinha como qualidade distintiva fundamental a singular proximidade entre estado e religião, o chamado padroado. Durante o império, a Igreja Católica, declarada religião oficial do Brasil, tinha elevada influência sobre as relações políticas nacionais. Tal influência se refletia na exigência legal, por parte dos candidatos a cargos políticos, de seguir o catolicismo, assim como na realização das eleições dentro das igrejas. Além disso, uma boa porcentagem dos políticos eleitos no Brasil, nessa época, era de origem sacerdotal, uma vez que eram os padres que faziam o recrutamento dos eleitores e a organização do pleito era realizada, também, por padres. Os clérigos receberiam renda do Império, equiparando-se a funcionários públicos. Não obstante, todas as decisões tomadas pela Igreja deveriam passar pelo crivo do Imperador. Estas circunstâncias mostram-nos que a introdução de outras manifestações religiosas deu-se por indivíduos alheios tanto à aristocracia, quanto às oligarquias após a segunda Constituição, em outras palavras, por atores estranhos às classes dominantes. A estes atores chamamos “excluídos”.
O fator religioso é abordado aqui, posto que seja pertinente não só por estar diretamente relacionado com a configuração de uma visão de mundo específica, mas também por ter sido um fator preponderante na formação da nação brasileira.
Quanto à significação do termo “excluído”, não se tem a pretensão de