O papel dos conhecimentos prévios na aprendizagem
Não há (ou pelo menos não deveria haver) professor que inicie a abordagem de um conteúdo sem antes identificar o que sua turma efetivamente conhece sobre o que será tratado. Apesar de corriqueira nos dias de hoje, a prática estava ausente da rotina escolar até o início do século passado. Foi Jean Piaget (1896-1980) quem primeiro chamou a atenção para a importância daquilo que, no atual jargão da área, convencionou chamar-se de conhecimento prévio.
As investigações do cientista suíço foram feitas sob a perspectiva do desenvolvimento intelectual. Para entender como a criança passa de um conhecimento mais simples a outro mais complexo, Piaget conduziu um trabalho que durou décadas no Instituto Jean-Jacques Rousseau e no Centro Internacional de Epistemologia Genética, ambos em Genebra, Suíça.
Ao observar exaustivamente como os pequenos comparavam, classificavam, ordenavam e relacionavam diferentes objetos, ele compreendeu que a inteligência se desenvolve por um processo de sucessivas fases.
Dependendo da qualidade das interações de cada sujeito com o meio, as estruturas mentais - condições prévias para o aprendizado, conforme descreve o suíço em sua obra - vão se tornando mais complexas até o fim da vida. Em cada fase do desenvolvimento, elas determinam os limites do que os indivíduos podem compreender.
Segundo Coll et al. (1999), para planejar o ensino, ou seja, para traçar a fronteira entre o que é necessário ou não conhecer para poder planejá-lo e determinar quais são os conhecimentos prévios que devem ser explorados pelos alunos, é preciso que a escola se apoie em determinados critérios. Para o autor, esses critérios derivam principalmente do conteúdo e dos objetivos concretos que o professor possui em relação ao processo ensino-aprendizagem.
Levando em consideração que a atualização e a disponibilidade dos conhecimentos prévios dos alunos são uma condição necessária para que realizem uma aprendizagem o