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“Se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros”. Ao ler essa afirmação em um questionário do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 58,5% dos 3.810 entrevistados concordaram totalmente ou parcialmente com a frase. O dado aparece no estudo Tolerância social à violência contra as mulheres, realizado pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social e divulgado nesta quinta-feira.
Realizada entre maio e junho de 2013, a pesquisa aponta ainda que, para 42,7% dos entrevistados, mulher com roupa que mostra o corpo merece ser atacada. Além disso, 63% concordaram, total ou parcialmente, que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre os membros da família”. E mais: 89%, somando aqueles que concordaram totalmente e parcialmente, disseram concordar que “a roupa suja deve ser lavada em casa”. O percentual dos que acreditam que “em briga de marido e mulher não se mete a colher” também foi alto: 82%.
O Brasil precisa evoluir e muito ainda. Ao menos a imensa maioria acha que o homem que bate na mulher deve ser preso. Menos mal. Mas essa mentalidade que culpa a própria vítima pelo estupro é absurda, chocante. É análoga àquela que culpa o rico pelo seqüestro ou assalto, como se a própria desigualdade em si desse o direito de o ladrão roubar.
Dito isso, e deixando bem claro que nada justifica estupro ou assalto, podemos ser realistas e compreender que, se a ocasião não faz o ladrão, ao menos pode estimulá-lo. Veja bem: Sakamoto cai no ridículo quando culpa o dono do carro pelo assalto, apelando para o sensacionalismo de esquerda; mas eu não iria com o Porsche que (infelizmente) não tenho para a Rocinha desfilar.
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