O papel da mulher no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra: uma proposta para o ensino de História nos espaços não formais¹
O presente trabalho pretende contribuir para a discussão sobre questão do ensino de História nos espaços não formais. O espaço escolhido como base para esse estudo foi o pré-assentamento 25 anos, situado no município de Eunápolis. A partir daí, analisar a participação da mulher na luta pela conquista da terra, enfocando o processo de definição de seu espaço e papel histórico junto à sociedade, procurando situar a atividade feminina no espaço do assentamento junto ao Movimento Sem Terra (MST).
INTRODUÇÃO
Os espaços não formais para o ensino de História é de extrema importância, uma vez que um dos papéis do professor de História é conscientizar o aluno de sua responsabilidade social, para maior compreensão do mundo em que vivem. O aluno deve-se perceber como sujeito histórico, dessa forma, é preciso desenvolver uma prática de ensino, baseada nos novos tempos, e nas mudanças políticas e econômicas ocorridas no final do século XX.
Dessa forma, desenvolver um projeto em um espaço não formal, acerca de mulheres assentadas é muito importante para conhecer a história social, o processo de hierarquização da própria estrutura social e as lutas de representações. Para isso, nos remetemos a Roger Chartier que diz “... a representação é o instrumento de um conhecimento mediato que revela um objeto ausente, substituindo-o por uma imagem capaz de trazê-lo a memória e pintá-lo, tal como é”. (CHARTIER, 2002, p. 74). E a Matos (2000), que diz que “baseadas nas diferenças hierárquicas que distinguem os sexos, e são, portanto, uma forma primária de relações significantes de poder”, ou seja papéis sociais hierarquicamente estabelecidos, percebidos nas relações e práticas da vida social.
Nessas perspectivas, a questão de gênero é sempre pensada no limite da diferença, da hierarquia e da relação de poder: o homem visto como ser superior, e a mulher como ser inferior.
GENERO X HISTÓRIA: há um silêncio profundo acerca da presença feminina na História
As discussões