O papel da agricultura na diversidade da economia
Até 1973 Angola satisfazia a maior parte das necessidades alimentares do mercado nacional, era um dos maiores exportadores mundiais de café e exportava igualmente outras commodities agrícolas, como o algodão e sisal, e também alimentos como milho, mandioca em chips e banana (MINADER/FAO, 2004). Presentemente, a produção agrícola apresenta valores muito baixos e o país gasta elevados recursos financeiros na importação de alimentos, por razões conhecidas.
A falta de estatísticas agrícolas credíveis dificulta qualquer análise séria da agricultura angolana. Por tal razão, as cifras aqui referidas são as oficiais, com fonte no Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MINADERP, 2012), quer directamente, quer através de fontes secundárias, como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e outras.
Neste texto procurarei, em grande parte com o suporte do conteúdo do Relatório Económico de 2012 do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN), dar uma ideia da situação da agricultura em Angola e fazer algumas considerações sobre como ela poderá ser um poderoso instrumento no combate à pobreza e contribuir para a diversificação da economia.
Comportamento da produção
Agricultura
Área cultivada
Angola tem uma área agrícola potencial de cerca de 58 milhões de hectares (FAO, 2010) , dos quais foram cultivados cerca de 5,2 milhões no ano agrícola de 2010/11 (MINADERP, 2011). Isto significa que é trabalhada actualmente apenas menos de 10% da superfície arável.
Aproximadamente 97% dessa área era ocupada em 2011 pelas sete principais culturas alimentares: milho (cerca de 38%), mandioca (24%), feijão (17%), amendoim (7%), massango/massambala (4%), batata doce (4%) e batata (3%). O café, que até 1973 constituía o principal produto de exportação, representava em 2010, em termos de área explorada, apenas 0,6%