O ontem e o hoje da feira de palmeira dos índios
Antonio de Melo Torres1
Ao longo de sua existência, a feira palmeirense conheceu momentos de auge e de crises. Palmeira dos Índios chegou a possuir diversas feiras, espalhadas ente a zona urbana e a zona rural, segundo nos informa Luís B. Torres “VEREADORES E PREFEITOS PALMEIRENSES DESDE 1838”2, que é um dos seus escritos não publicados. Também acrescenta, entre ouras palavras, a importância da feira num contexto geográfico, já que o mesmo afirma em seu texto, que também não foi publicado: “ROTEIRO HISTÓRICO E TURÍSTICO DE RUAS ANTIGAS DE PALMEIRA DOS INDIOS (sic)”3, que se tratava de uma feira a qual os tropeiros faziam uma parada para vender os seus produtos. Torres não deixa claro o motivo desse movimento de tropeiro, mas podemos perceber que Palmeira por ser uma zona de transição entre o Agreste e o sertão, tornou-se um local de passagens, já que a mesma se tornou um elo de ligação entre o Sertão, o Agreste, a Zona da Mata e Pernambuco. Nesse processo, que é a feira, observamos que no seu contexto estético é um emaranhado de costumes e tradições, enfim, é o local onde se pode encontrar de tudo, de um simples alfinete a uma engenhoca importada, é o lugar certo para o afloramento da criatividade humana em prol da sobrevivência diária. Antes, em sua origem, a feira circundava a Igreja do Rosário (atual Museu Xucurus) e se estendia até o Quadro da Feira (Cf. Foto 1 e 2 no anexo). Era o local aonde afluíam pessoas de diversas partes de alagoas, e porque não dizer de outros Estados? Pessoas de costumes diversos e crenças incontáveis em suas tradições especificas, dividiam o mesmo espaço.
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Era uma questão de tradição para muitos, de ir ao Quadro da Feira aos sábados, já que se não fosse, o sábado não existia para eles. Era uma festa, hoje não deixa de ser, mas, sem o brilho e o entusiasmo de antes. Num local assim, não faltavam aqueles que se apresentavam com os mais diversos espetáculos populares em prol de alguns