o nome da rosa
J. Mabillon (Aux Presses de l'Ablaye de la Source, Paris, 1842). O livro, acompanhado de indicações históricas na verdade bastante pobres, afirmava reproduzir fielmente um manuscrito do século XIV, por sua vez encontrado no mosteiro de Melk pelo grande erudito seiscentista, a quem tanto se deve pela história da ordem beneditina. A douta trouvaille (para mim, portanto a terceira no tempo) alegrava-me enquanto me achava em Praga à espera de uma pessoa querida.
Seis dias depois, as tropas soviéticas invadiam a desventurada cidade. Consegui afortunadamente alcançar a fronteira austríaca em Linz, dali dirigi-me para Viena, onde me reuni à pessoa esperada, e juntos seguimos o curso do Danúbio. Num clima mental de grande excitação, eu lia, fascinado, a terrível história de Adso de Melk, e tanto me deixei absorver que quase de um jato redigi a sua tradução, nuns grandes cadernos da
Papelarie Joseph Gibert, em que é tão agradável escrever se a caneta for macia. E assim fazendo chegamos às proximidades de Melk, onde se ergue ainda, a pique sobre um meandro do rio, o belíssimo Stijt, muitas vezes restaurado através dos séculos. Como o leitor terá imaginado, na biblioteca do mosteiro não encontrei vestígios do manuscrito de Adso. Antes de chegar a Salzburg, numa trágica noite numa pequena estalagem das margens do
Mondsee, a minha viagem a dois foi bruscamente interrompida, e a pessoa com quem viajava desapareceu, levando consigo o livro do abade Vallet, não por mal, mas por causa do modo desordenado abrupto como tinha findado a nossa relação. Fiquei assim com uma série de cadernos manuscritos pelo meu punho e um grande vazio no coração. Alguns meses depois, em Paris, decidi