O nascimento da história
Uma dupla tradição
A história, como nós conhecemos, só passou a existir como disciplina no século XIX. Antes disso, ela estava dividida em duas atividades intelectuais: a erudição e a filosofia. Aquela consistia nos antiquários, isto é, especialistas e preservadores do antigo. Dessa preservação surge o fato histórico, fator que no século XIX é a história em si, porém que para a história nova é somente uma parte da construção histórica. Diferente da história atual, os antiquários visavam a somente preservar o que os historiadores antigos tinham deixado. Limitavam-se a comentá-los e trabalhá-los em suas margens. O antiquário alternava-se com a função de historiador, porém nem sempre ele tinha essa função, já que seus estudos não estão sempre relacionados à história.
Com o aparecimento de diversas fontes, o antiquário vê a necessidade de um afloramento de seu senso crítico para buscar o verdadeiro. A partir disso, segundo Furet: “a segunda metade do século XVII não inventa a história. Retrabalha os seus materiais e, ao fazê-lo, desloca suas linhas que pareciam fixadas para sempre.” (FURET, s/d, p.110) Assim, no final do século XVII, o antiquário já começara a distinguir o verdadeiro, o verossímil, ou seja, verdade ou mentira, tinha uma grande semelhança com a realidade, e o falso. Não mais se preservava, agora já se analisava. Com isso, “a história perdeu a sua rigidez de conteúdo, mas conserva as suas regras estéticas e morais. É um trabalho de escritor.”(FURET, s/d, p.111)
Século XVIII: um ensino impossível
A partir da constante busca pelo verdadeiro dos antiquários, crenças históricas foram sendo quebradas cada vez mais. O individualismo racionalista deixa o homem somente com incertezas. Então, no século XVIII francês, a história filosófica passa a tomar espaço. Isso se dá quando passam a