O método da economia política
Quando estudamos um país dado do ponto de vista da economia política, começamos por sua população, a divisão desta em classes, seu estabelecimento nas cidades, nos campos, na orla marítima; os diferentes ramos da produção, a exportação e a importação, a produção e o consumo anuais, os preços das mercadorias, etc. Parece mais correto começar com o real e o concreto, com o pressuposto efetivo; assim, pois, por exemplo, na economia, pela população, que é a base e o sujeito de todo o ato social da produção. Todavia, bem analisado, este método seria falso. A população é uma abstração se deixarmos de lado as classes que a compõem. Estas classes são, por sua vez, uma palavra vazia se ignorarmos os elementos sobre os quais repousam, por exemplo: o trabalho assalariado, o capital, etc. Estes supõem a troca, a divisão do trabalho, os preços, etc. O capital, por exemplo, não é nada sem trabalho assalariado, sem valor, dinheiro, preços, etc. Se começássemos, portanto, pela população, elaboraríamos uma representação caótica do todo e por meio de uma determinação mais estrita, chegaríamos analiticamente, cada vez mais, a conceitos mais simples; do concreto representado, chegaríamos a abstrações ou universalidades cada vez mais tênues, até alcançarmos as determinações mais simples.
Para a consciência - e a consciência filosófica é determinada de tal modo que para ela o pensamento que concebe é o homem real, e o mundo concebido é, como tal, o único mundo real - para a consciência, pois, o movimento das categorias aparece como o verdadeiro ato de produção - que apenas recebe um impulso do exterior. A totalidade concreta, como totalidade de pensamento, como uma concreção de pensamento, é, na realidade, um produto do pensar, do conceber; não é de nenhum modo o produto do conceito que se engendra a si mesmo e que concebe separadamente e acima da intuição e da representação, mas é elaboração da intuição e