O Mulato
Controvérsias à parte, ater-nos-emos agora ao romance de Azevedo.
O escritor, nascido na Província do Maranhão, debutou na cena literária oitocentista com a obra Uma lagrima de mulher, esta totalmente calcada nos preceitos românticos. Todavia, uma transformação ocorreu em seu segundo romance, O Mulato. Conta-se que o autor teve vários problemas com a Igreja no Maranhão, justamente por ter publicado diversos artigos, nos jornais, atacando o clero. Dum certo modo, isso acabou refletindo-se em O Mulato. Como? Vejamos!
O enredo centra-se na história dos protagonistas, Ana Rosa e Raimundo. Os dois primos apaixonam-se, porém encontram enormes dificuldades para concretizar o amor. O rapaz, filho de José da Silva, é fruto dum caso de seu pai com a escrava Domingas. A jovem, por sua vez, é filha de Manuel Pedro da Silva, o Manuel Pescada, comerciante na cidade de São Luís. O encontro do casal se dá quando José da Silva se casa com Quitéria, a mesma não aceita a ideia do marido ter tido um filho com uma escrava. Sendo assim, o menino vai morar com o tio Manuel. Lá recebe o carinho de Mariana, esposa de Pescada. Nesse mesmo tempo, Quitéria é pega por José da Silva com o cônego Diogo. Enfurecido com a traição, Silva esgana a esposa. O clérigo, espertamente, faz um trato com o marido traído, que consiste em não delatá-lo. Porém, José da Silva não poderia também falar nada sobre o adultério da esposa. Desse modo, a morte de Quitéria é atribuída a um problema