O Mulato
Em O mulato, publicado no ano de 1881, Aluísio Azevedo deixa marcado, pela ambiência e cenário da obra, o preconceito racial maranhense, além de demonstrar os abusos eclesiásticos que se escondiam, como por salvo-conduto, na batina e na suposta santidade de um homem por ter-se tornado um padre. O fato de retratar as contradições e intolerâncias maranhenses explica por que a obra foi recebida de maneira entusiástica pela crítica literária na corte e nas províncias e renegada no Maranhão.
O mulato consagra também a escrita naturalista de Aluísio Azevedo, situando o autor como o maior representante deste estilo no Brasil. Pode-se dizer que a escrita naturalista impressa na obra inaugura uma nova fase para a literatura brasileira, libertando-a, como solução, dos impasses trazidos pelo Romantismo.
O cortiço
O cortiço, livro publicado em 1890, é considerado uma obra-prima do Naturalismo no Brasil. Ainda que notadamente influenciado por Émile Zola, são notórios o vigor e a originalidade de uma narrativa que traz à baila os problemas sociais urbanos da sociedade daquela época tendo como palco principal um cortiço. Pintor de variada galeria de tipos, da representação do cotidiano, Aluísio Azevedo fixou-se nas letras com seu traço forte e também por personificar, com grande destaque, a fase naturalista brasileira.
O Realismo e o Naturalismo apresentam semelhanças e diferenças entre si. O Realismo retrata o homem interagindo com seu meio social, enquanto o Naturalismo mostra o homem como produto de forças “naturais”, desenvolve temas voltados para a análise do comportamento patológico do homem, de suas taras sexuais, de seu lado animalesco.