O movimento sufragista no Brasil
Assim como em todo o mundo, no Brasil, por centenas de anos, as mulheres estiveram ausentes da vida política brasileira. Com a conquista do direito ao voto por países como Inglaterra e EUA, o movimento sufragista ganhou ainda mais força por aqui. O fato de muitas sufragistas fazerem parte da elite política brasileira facilitou a obtenção do voto feminino no Brasil, mais cedo do que a maioria dos países latino-americanos.
Em 1928, a cidade de Mossoró (RN), governada por Juvenal Lamartine, tornou-se a primeira cidade no País a autorizar o voto da mulher em eleições, o que até então era proibido (mesmo não constando na Constituição Federal). Foi neste mesmo ano que uma mulher conseguiu liberação judicial para votar — a potiguar Celina Guimarães Viana. Após essa conquista do direito de votar, um grande movimento nacional levou inúmeras mulheres a fazerem a mesma coisa.
No ano seguinte, com o apoio de Lamartine, Alzira Soriano de Souza elegeu-se prefeita do município de Lajes, no Estado do Rio Grande do Norte, tornando-se a primeira prefeita eleita no Brasil.
Com a tomada de poder por Getúlio Vargas, o governo apresentou-se favorável ao sufrágio feminino. Em 1931, Getúlio concedeu voto limitado às mulheres, ou seja, somente solteiras, viúvas com renda própria ou casadas com a autorização do marido poderiam votar. Grupos feministas continuaram manifestando-se, alegando igualdade de voto entre homens e mulheres. Então, Getúlio Vargas assinou o decreto n.º 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, o qual determinava que era eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma do código.