O momento hegeliano da estética: a auto-superação da arte
Arthur Schopenhauer and Ludwig van Beethoven: about the capacity of expressing in music
Por: Raimundo José Barros Cruz
Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo, Brazil
Recibido 10/8/2010 y aprobado 12/2/2010
Sol vermelho é bonito de se ver
Lua nova no alto que beleza
Céu de azul bem limpinho é natureza
Em visão que tem muito de prazer
Mas o lindo pra mim é céu cinzento
Com clarão entoando seu refrão
Prenuncio que vem trazendo alento
Das chegadas das chuvas no sertão
Ver a terra rachada amolecendo
A terra antes pobre enriquecendo
O milho pro céu apontando
O feijão pelo chão enramando
E depois pela safra que alegria
Ver o povo todinho num vulcão
A negrada caindo na folia
Esquecendo das mágoas sem lundu
Belo é o Recife pegando fogo
Na pisada do maracatu.
Gonzaguinha
Resumo
No decorrer do trabalho, procuraremos evidenciar a posição de Schopenhauer sobre os conceitos de Representação e Vontade. Analisaremos sua estética observando a relação hierárquica existente entre as belas artes e a capacidade residente em cada arte de expressão da essência íntima do mundo, chegando à música, como arte que nos transmite o em-si do mundo. Partindo daí, tomaremos como referên cia o compositor clássico/romântico Beethoven e a “6ª Sinfonia em Fá Maior”, Op. 68Pastoral, mais especificamente o IV movimento - Tempestade (Gewitter Sturm).
Apontaremos, portanto, a ideia de que a obra de arte beethoveniana nos conduz ao que é nomeado por Schopenhauer como sentimento estético e que nos vem sempre através de uma intuição pura, devendo ser interpretado como um sentimento metafísico, uma vez que nele o intelecto atinge o nível de contemplação estética, o que implica o mergulho do sujeito cognoscente dentro do objeto conhecido, ao qual se funde.
Palavras-chave: Música, Filosofia, Linguagem, Schopenhauer, Beethoven.
Número 7/dic. 2010 ISSN: 1794-8614 133