Estética

1. De acordo com Luc Ferry, como aparece o indivíduo nas concepções estéticas de Hegel e de Nietzsche? 2. Lukács entende a ação como essencial para a forma romanesca; explique, vinculando à superação marxista da oposição entre mundo sensível e mundo inteligível.
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1. Hegel retoma da estética clássica a ideia de que a obra de arte exprime de forma sensível uma verdade descoberta pela razão. Tenta, assim, conciliar o sensível com o racional, estabelecendo a historicidade como uma característica de ambos, isto é, estabelecendo o mundo como um desdobramento, na história, da razão histórica. A apreensão do mundo, logo, ocorreria conforme o seu desenvolvimento e a arte é parte deste processo de tomada de consciência. Ou seja, a obra de arte, para Hegel, exprime uma verdade ou, melhor, é parte do processo de obtenção da verdade, ainda que, numa relação de hierarquia entre as formas de apropriação de mundo, seja inferior à religião e à filosofia. E isto porque a interpretação hegeliana coloca como fim último do processo histórico de tomada de consciência o autorreconhecimento do espírito enquanto síntese de determinações que se reconhece após sua transfiguração em mundo material. De modo que a arte, embora exprima um conteúdo racional, é uma forma de apreensão que, no processo de desdobramento do espírito absoluto, isto é, no decorrer do processo de complexificação histórica, vai se tornando inadequada, já que inexoravelmente submetida à esfera do sensível, do pouco determinado. Ora, ainda que Hegel tenha trazido de modo contundente a noção de história à filosofia e à estética, há que se destacar: no pensamento hegeliano, os homens são mera expressão sensível do espírito absoluto. O espírito é a totalidade dos homens; é uno, mas se objetiva numa multiplicidade de indivíduos que se comunicam por serem encarnações dele que se