O modernismo, a mulher e a solidariedade em “o quinze”
BOFF, Graziele (G-UNIOESTE)
GARBATO, Andressa Vieira Rocha (G-UNIOESTE)
RESUMO: Uma obra que gira em torno de temas e problemas nordestinos, figuras humanas, dramas sociais, episódios ou aspectos do cotidiano carioca. Entre nordeste e o Rio, construiu seu universo ficcional ao longo de mais de meio século de fidelidade à sua vocação. O que caracteriza a criação de Rachel na crônica ou no romance –sempre - é a agudeza da observação psicológica e a perspectiva social. Nasceu narradora, nasceu para contar historias e que são as suas crônicas a não ser pequenas historias, narrativas, núcleos ou embriões de romances? Seu estilo flui com a naturalidade do essencial. Rachel se integra na vertente do verismo realista, que se alimenta de realidades concretas, nítidas. O sertão nordestino, com a seca, o cangaço, o fanatismo e o beato, mais o Rio da pequena burguesia, eis o mundo de nossa Rachel. Um estilo despojado, depurado, de inesquecível força dramática. Em sua obra “O quinze”, veremos que Rachel além de focalizar a miséria, a seca, e a região sertaneja, ainda se utiliza da solidariedade para enriquecer a idéia da cultura sertaneja, e retrata a mulher sertaneja como uma forte, uma guerreira, mãe, parceira, companheira, tudo isso nos moldes modernistas dos escritores de 30. O presente trabalho tem como objetivo lançar um olhar mais aprofundado sobre a obra e seus elementos estilísticos, e entender como, através de uma linguagem simples, Rachel consegue tocar o coração do leitor de qualquer região brasileira.
PALAVRAS-CHAVE: sertão, mulher, modernismo, solidariedade
1. DA AUTORA
Rachel de Queiroz nasceu em 1910, em Fortaleza, mas sua família é de Quixadá, no sertão cearense, onde o pai da escritora foi juiz durante muito tempo. Expulsa de sua cidade pela terrível seca de 1915, a família Queiroz transferiu-se para Fortaleza, depois para o Rio e em seguida para Belém do Pará. Mas é ainda