O Modelo Biling E
Lorena Kozlowski
Falar sobre educação de crianças surdas não é um assunto fácil. Estamos ainda hoje longe de manter um rigor científico exemplar sobre o assunto.É um problema complexo que se coloca em diferentes níveis. Nem sempre se faz uma clara distinção entre os aspectos metodológicos e as finalidades de ação e opções filosóficas, sociológicas ou políticas.
A educação de crianças surdas se desenvolveu em diferentes direções, sendo importante verificar os benefícios e os inconvenientes dentro de cada uma delas,em função das características das próprias crianças. A questão central é encontrar uma maneira de comunicação com a criança surda. O canal auditivo é insuficiente ou impraticável. É necessário, pois, encontrarem-se "paliativos" a esta carência. Esse constitui o objetivo primeiro do ensino do surdo. A escolha dos meios está diretamente ligada a uma opção teórica subjacente, seja esta claramente expressa ou não.
As opções teóricas situam-se entre dois extremos: o oralismo puro e a posição gestualista. A evolução atual tende para uma síntese e uma abrangência dessas duas tendências sob a forma de diferentes filosofias, como o bilingüismo e a comunicação total. Porém, a comunicação não é o único aspecto a ser considerado na educaçãoda criança surda, já que esta deve ser considerada como um indivíduo em todos os sentidos. A reflexão deve situar-se igualmente no nível de técnicas de ensino de matérias pedagógicas e de princípios educativos gerais, como , por exemplo a inserção ou não dessas crianças em escolas e/ou classes especiais. Essas questões podem ser esclarecidas, em parte, pela opinião de adultos surdos que podem testemunhar suas experiências e necessidades vividas. Infelizmente, a participação dos surdos adultos só passou a ser solicitada há pouco tempo.
Nó sabemos que, quanto mais precoce é o trabalho com a criança e a família, melhor será a adaptação dos pais à diferença que seu filho apresenta