O mito da democrácia racial brasileira
O “Mito da Democracia racial" é considerado um marco na história do racismo brasileiro, porém alguns autores afirmam que a tese do “branqueamento” também faz parte de nossa história política e social. Essa tese se constitui como pensamento dominante da elite que comandava o Brasil.
A tese do branqueamento se constituía da ideia de que a partir da mistura entre brancos e negros, a raça branca (considerada uma raça superior), predominaria sobre a raça negra (considerada inferior), assim haveria um aperfeiçoamento genético.
Para solucionar o problema referente ao preconceito racial, no segundo Império e início da República, o Brasil voltou-se para o branqueamento da população por meio da miscigenação seletiva e política de povoamento e migração europeia. Sendo assim, quanto mais clara fosse à cor da pele da pessoa, mais privilégios, poder e ascensão ela teria. Por outro lado, qualquer outra cor de pele era desconsidero, e os que as possuíam eram tratados como os outros.
Outro fator que também contribuiu para a ideia de democracia racial fosse difundido, era a concepção desenvolvida pela elite política e intelectual, caracterizado pela harmonia racial e a ausência de preconceitos e discriminação racial.
A expressão “Democracia Racial” começou a ser utilizada por intelectuais a partir da década de 1940, mas a crença de democracia racial tornou-se consenso de ideal de igualdade e de respeito nos anos 50, atingindo seu auge na década seguinte.
Os acontecimentos políticos e a vitória das forças conservadora em 1964 contribuíram para a disseminação da fábula de que a população brasileira é constituída de três raças: europeus, índios e negros, reforçando assim, a ideia de que o Brasil é resultante de uma mistura racial e que as relações se dão de por meio de uma convivência harmônica e pacífica, sendo assim o paraíso racial.
Desse modo, podemos afirmar que a fábula da “Democracia Racial”,