O Mito da Democracia Racial
Temos presenciado muitas discussões sobre a existência ou não de discriminação racial no Brasil. Uns admitem sua existência, afirmando que já se depararam com diversas atitudes racistas, no dia a dia. Por outro lado, há os que acreditam não existir racismo, fundamentando sua opinião no fato que somos um país de mestiços e que a discriminação existe apenas quanto à classe social, e não em relação à cor da pele.
Partindo do pressuposto que haja discriminação racial, podemos afirmar que a ideia de igualdade, bem como a democracia racial, é puro mito, uma vez que continuam acontecendo muitos casos explícitos de racismo, principalmente na área esportiva. Um caso bem recente aconteceu no jogo entre Santos e Grêmio, quando alguns torcedores do Grêmio, gritaram frases ofensivas contra o goleiro adversário, chamado Aranha. Isso tem acontecido com muita frequência nos últimos dias, o que vem colaborar com a opinião daqueles que acreditam que o racismo, embora velado, nunca deixou de ser praticado no Brasil.
A história nos mostra que o preconceito racial faz parte de nosso país desde o tempo da escravidão, cuja abolição pouco modificou a situação dos negros, tanto na época como nos dias atuais. Isso evidencia que a abolição na realidade não significou uma real libertação, uma vez que, os negros continuam a exercer funções subalternas em praticamente todos os seguimentos da sociedade.
O pensamento de que no Brasil não existem raças e que somos mestiços, ou seja, a dita “democracia racial”, é bastante difundida. Essa ideia reforça o mito, a partir da constatação de que no país existe um preconceito que trata como diferentes as raças, difundindo o pensamento da supremacia dos brancos sobre os negros, o que somente contribui para o racismo velado. Dennis de Oliveira1 (apud
VENÂNCIO;TAKATA, 2014) afirma que “O racismo não é produto apenas de pensamentos científicos, tem uma consequência prática: a manutenção de hierarquias e a