O metodo cientifico: a comunidade cientifica
As observações já são construções humanas, os modelos provém de nossas idéias anteriores, e é por meio de uma lógica histórica que os cientistas decidem rejeitar ou conservar modelos particulares. Essa análise desmistifica a ciência, pondo em questão o seu caráter quase sagrado e apesar de não denegrirem a ciência chocam aqueles que investem na ciência como sua religião absoluta.
Quando se aceita que a racionalidade científica não é eterna, vemo-nos remetidos a uma reflexão sobre a maneira pela qual essa racionalidade funciona e nos situamos diante de práticas concretas. A comunidade científica e suas práticas, nesse contexto, tornam-se, então, fatos comuns da nossa sociedade e por isso, estudados sem um estatuto excepcional.
A maneira de se estudar a ciência, sem ter de antemão um juízo sobre o que ela seria por natureza ou por essência é o que chamamos de ponto de vista agnóstico e é sobre esse ponto de vista que podemos definir comunidade científica como um grupo social bem definido, onde os membros se reconhecem entre si, e gozando, também de reconhecimento interno (dentro do grupo) e externo (fora do grupo).
Geralmente, esse reconhecimento se dá pelos grupos dominantes e assim sendo, ninguém pode ignorar tal reconhecimento.
Essa necessidade de reconhecimento externo traduz-se por lutas sociais, pois a necessidade desse reconhecimento não é de todo desinteressada, reflete-se em apoio econômico, em poder social e em prestígio.
A comunidade científica tem um estatuto privilegiado, pois defini-se como um grupo detentor de um saber que lhes permite opinar em questões da sociedade.
Independentemente da comunidade científica, o