o messianismo
O Brasil interiorano, agrário, cuja população vivia na mais completa miséria e no analfabetismo, viu nascer o messianismo que consistia na crença em um líder de grande carisma (o Messias, ou o enviado dele), o qual por seus “milagres” e atitudes, exprimia o imenso desejo daquelas populações abandonadas, que sonhavam com dias melhores. Essas sociedades pobres e analfabetas reagiam a seu modo as injustiças da época. E é verdade que os movimentos sertanejos como Canudos, Juazeiro, Sebastianismo do Rodeador, Contestado e outros, tinham um cunho místico, porém, este fanatismo religioso tinha um fundo material, pois as populações vivendo mergulhadas na miséria e pobreza, oprimidas pelos latifundiários e políticos do Império e da criada República, reagiram a seu modo violentamente. E é bom dizer que muitos foram massacrados sem piedade.
CANUDOS 05
A Guerra de Canudos não foi uma simples revolta de fanáticos, como afirmam alguns historiadores, mas sim, uma reação dos sertanejos contra uma ordem social, corrupta e injusta. Antônio Vicente Mendes Maciel, que viria a ser Antônio Conselheiro, nasceu no Ceará em Quixeramobim no ano de 1828. Ele desejava ser padre, mas devido aos poucos recursos de sua família, este sonho não se concretizou. Ele tinha preferências por leituras de obras místicas, e era muito inteligente: tinha conhecimento de aritimétrica, português, geografia, francês e latim. Suas leituras preferidas era a história do Imperador Carlos Magno e dos dozes pares da França. Ele também foi escrivão e advogado rábula. Na juventude, presenciou as lutas de sua família, os Macieis, contra os Araújos. Desde cedo, percebeu que a justiça sempre ficava do lado do mais forte (economicamente, é claro). Abandonado pela esposa, vagou pelo sertão e conheceu a triste realidade em que viviam os sertanejos. Influenciado pelo Padre José Antônio Pereira de