O menino de pijama listrado
Li O menino do pijama listrado em duas semanas. Não dá vontade de largar o livro depois que você começa, simples assim. Ambientado na II Guerra Mundial, um tema sobre o qual tenho grande curiosidade, o livro é um poema. Triste e ao mesmo tempo belo. Comovente, mas nem um pouco piegas. A infância é mostrada em toda a sua inocência, mas não é uma infância subestimada. É a inocência de descobrir o mundo, questioná-lo, chocar-se, um não compreender que guarda uma compreensão intuitiva, inconsciente.
John Boyne é um autor que eu não conhecia e antes de ler o livro, assisti ao filme, em 2009. Após conhecer a história original afirmo ter visto uma das melhores adaptações de um livro para o cinema nos últimos anos. Do elenco à forma de tratar a história, o filme teve um cuidado e um respeito com o livro que há muito não vejo no cinema.
Conversando com algumas pessoas que também viram o filme, mas que na ocasião não tinham lido ainda a obra (como eu) surgiu o questionamento sobre o desfecho da narrativa. Sem antecipar aqui o que acontece, digo apenas que acredito que aquele final era necessário para sustentar a história construída desde o início. É o mesmo desfecho do livro e por mais que doa, não poderia haver outro.
Particularmente, gosto de finais que não fazem concessões à emotividade e que por isso, não sacrificam a coerência de uma boa história. Assistindo aos extras do filme, vi uma entrevista com o diretor Mark Herman, em que ele traduz muito bem minha impressão tanto da obra em papel quanto da sua transposição em película: “não é uma produção sobre a II Guerra Mundial, o conflito é o pano de fundo para mostrar a história de uma família alemã e das consequências do nazismo, muitas trágicas, para a estrutura familiar como um todo”
Diria ainda que é um livro (e um filme, agora não dá para dissociar um do outro) sobre a perda da inocência diante de um flagelo como foi esta guerra em particular. Se pensarmos sob o ponto de