O maravilho mundo dos contos de fadas
O bicentenário do escritor infantil Hans Christian Andersen é uma boa oportunidade para explorar a fantasia das crianças com histórias clássicas como O Patinho Feio e O Soldadinho de Chumbo.
Roberta Bencini (novaescola@atleitor.com.br)
Fantasia ajuda a formar a personalidade
A literatura infantil surgiu somente no século 17, com a descoberta da prensa. As histórias infantis e os contos populares, no entanto, existem desde que o ser humano adquiriu a fala. Há notícias de histórias antigas na África, na Índia, na China, no Japão e no Oriente Médio como a coleção de contos árabes As Mil e Uma Noites. "A fantasia é um mecanismo inventado pelo homem na era medieval para superar as dificuldades da vida real", conta Katia Canton, especialista em contos de fadas pela Universidade de Nova York.
Algumas histórias tratam de temas que fazem parte da tradição de muitos povos e apresentam soluções para problemas universais. "É o caso de O Pequeno Polegar. O personagem representa o desejo de vingança do mais fraco contra o mais forte", afirma Lilian. Os pequenos se identificam com os heróis e experimentam diversas emoções. Que criança não fica com medo ao imaginar o Lobo Mau devorando a Vovozinha? Ou odeia a bruxa quando ela prende Rapunzel na torre?
Para a escritora Ana Maria Machado, os contos de fadas pertencem ao gênero literário mais rico do imaginário popular. "Essas histórias funcionam como válvula de escape e permitem que a criança vivencie seus problemas psicológicos de modo simbólico, saindo mais feliz dessa experiência."
A idéia foi difundida após a divulgação dos estudos do psicólogo austríaco Bruno Bettelheim (1903-1990). Para ele, nenhum tipo de leitura é tão enriquecedor e satisfatório do que os contos de fadas, pois eles ensinam sobre os problemas interiores dos seres humanos e apresentam soluções em qualquer sociedade. Ou seja, a fantasia ajuda a formar a personalidade e por