O legado da reconceituação
A principal ideia do capítulo em análise refere-se às particularidades do movimento de reconstituição do Serviço Social no continente, a autora examina a primeira aproximação do Serviço Social latino americano à tradição marxista como contraponto necessário à analise. Seu propósito é tão somente situar aquele movimento na sua origem, analisando posteriormente o tipo de relação estabelecida pela produção brasileira do Serviço Social nos anos 80.
Inicialmente Iamamo salienta que esse fenômeno tipicamente latino americano, dominado pela contestação ao tradicionalismo profissional emergiu na metade dos anos 60 e prolonga-se por uma década, implicando em questionamento sobre os fundamentos ídeoteoricos, sua raízes sociopolíticas, a direção profissional e os modus operandi da profissão. Esse questionamento nasce no contexto das profundas mudanças que se operavam no nível continental, efervescidas das lutas sociais, demarcadas por um ciclo expansionista do capitalismo no cenário mundial. O pensamento social latino americano busca reconciliar-se com sua história, questionando as teorias exógenas e subordinando sua validação capacidade que apresentem de explicar e iluminar os caminhos particulares trilhados pelo desenvolvimento na América Latina em suas relações com os centros avançados do capitalismo.
Para ela a resposta mais significativa ao desafio da prática social é do movimento de reconstituição traçado desde o início como do movimento de denuncia, autocrítica e questionamentos societários, tendo como contraface um processo coletivo em busca de um novo Serviço Social latino americano saturado de historicidade, apontando novas formas de sociabilidade a partir do próprio protagonismo dos sujeitos coletivos. Por ser uma unidade repleta de diversidades, se manifesta não só na sua forma de construção