Pesquisa e produção do conhecimento em serviço social
José Fernando Siqueira da Silva
A partir de Marx e sua tradição veremos alguns tópicos sobre a pesquisa e produção no serviço social. Oferece ainda a critica do legado marxista ressaltando pertinência e os cuidados necessários para uma interlocução profícua e propositiva entre a produção marxiana (como teoria social crítica) e o Serviço Social (como uma das profissões que atua com as múltiplas expressões da “questão social”). A partir desses princípios são indicados alguns aspectos importantes para a produção do conhecimento no Serviço Social, suas particularidades e sua utilidade para a formação e para a intervenção profissional do assistente social. A questão social é aqui entendida como um complexo social que faz parte da natureza da propriedade privada no capitalismo, ou seja, é manifestação direta da apropriação privada da produção social e da lei geral da acumulação capitalista. Os primeiros contatos entre o Serviço Social e a tradição marxista ocorreram ao longo do “processo de reconceituação”, ou seja, a partir de um movimento de cunho latino americano, de caráter necessariamente sincrético e multifacetado, que suscitou um intenso debate teórico-metodológico entre os assistentes sociais e consumiu uma década. O intenso debate foi particularmente realizado sob ditaduras militares implantadas na América Latina a partir dos anos sessenta do século XX, informação esta em nada desprezível particularmente para os grupos de orientação marxista. Muitos estudantes e profissionais já formados em Serviço Social, a partir da segunda metade dos anos 60 do século XX, estabeleceram seus primeiros contatos com o marxismo através dos movimentos sociais e da resistência à ditadura militar. Mesmo considerando o caráter sincrético destacado anteriormente, os estudos de Netto (1991) mostram que as inúmeras simplificações geradas por leituras equivocadas da profissão, bem como as diferentes