O Imperalismo
O capitalismo sempre foi um sistema econômico que funcionou em escala internacional. A captura e a venda de escravos africanos foi uma importante fonte da acumulação inicial de capital nos primeiros estágios do capitalismo. A conquista forçada das Américas e da África foi uma grande fonte de entrada de metais preciosos na Europa.
Para os governos capitalistas, essa subjugação e esse domínio eram desejáveis por duas razões. Primeiramente, quase todos esses povos conquistados viviam em sociedades não-capitalistas, onde não havia o mercado e, por isso, suas culturas não-pecuniárias tradicionais representavam as barreiras à exploração comercial e à sede de recursos das grandes empresas capitalistas. Portanto, essas culturas tinham de ser forçadas a passar pelo que Marx chamara de "acumulação primitiva", a fim de estabelecer as relações comerciais amplas e a dependência universal do mercado, necessárias para a exploração comercial sistemática. A destruição, pela força, das instituições e dos elos da vida tradicional nessas sociedades foi, obviamente, um processo brutal e sangrento, tal como tinha sido no período de acumulação primitiva na Europa.
Em segundo lugar, mesmo depois de as instituições e os modos de vida tradicionais terem sido destruídos e ter-se estabelecido a dependência econômica generalizada do mercado naquelas áreas subdesenvolvidas, poderia haver termos de troca muito mais favoráveis aos países capitalistas industrializados, se esses países efetivamente dominassem os países subdesenvolvidos.
Os economistas neoclássicos nunca voltaram suas investigações teóricas para a questão do imperialismo (e até hoje não fizeram isso). Isso não nos deve surpreender, pois, para eles, toda teoria econômica era apenas uma extensão de uma elaboração da teoria da troca. Aspectos do imperialismo que não envolviam troca econômica puramente voluntária eram definidos como "não-econômicos", não