“O homem não enxerga sozinho, ele precisa do ‘outro’ como seu espelho e guia ”
Faculdade de Educação – FE
Departamento de Teoria de Fundamentos – TEF
Disciplina: Antropologia e Educação – 2º semestre 2011
Professor: José Zuchiwschi
Aluna: Priscilla da Silva Silvério dos Santos
“O HOMEM NÃO ENXERGA SOZINHO, ELE PRECISA DO ‘OUTRO’ COMO SEU ESPELHO E GUIA ”
Roberto DaMatta
Brasília, 04 de outubro de 2011. Sou recepcionista de uma clínica que vende aparelhos auditivos. Lá entram pessoas com muito poder aquisitivo, velhas que não aceitam a surdez, novas que mau entendem o que é isso, de meia idade que se julgam velhas por achar que surdez é doença de gente velha, pessoas pobres que acham que um aparelho auditivo deveria custar o mesmo de uma bala, enfim, uma variedade infinita de pessoas passam por meus olhares todos os dias e que sem perceberem são observadas em cada detalhe, até porque meu trabalho exige que eu faça uma observação para saber o perfil do cliente. Lá é um lugar bastante agradável mas claro que existem pessoas com as quais convivo que não são tão agradáveis assim. Todos os dias a mesma rotina, a mesma coisa. Chego ás 8:30, ligo os computadores, faço café e chá, ligo a televisão e espero o primeiro cliente para começar o dia. As fonoaudiólogas chegam e entram para suas salas, logo em seguida meu chefe chega (sempre atrasado). Quando chega o primeiro cliente já é aquele protocolo de bom tratamento, sorriso no rosto mesmo que eu não esteja com motivos para sorrir, cumprimentos, vejo se está agendado e se ele permitir, já engato uma conversa para se sentir mais á vontade, sirvo um café/água/chá/biscoito e aviso as doutoras que o paciente chegou. Meu chefe que é apenas 2 anos mais velho que eu e que entrou há 1 mês na loja (trabalho lá quase um ano), senta do meu lado e sonda o que estou fazendo, se já fiz o que ele pediu. Se algo estiver fora do controle ou do comando dele, já começa o meu stress e motivos das minhas dores de cabeça. Ele é uma pessoa boa até, conversa legal,