Mudanças de postura na eduação:reflexões de uma professora de matemática
A educação, inicialmente, era responsabilidade exclusiva das famílias. Envolvendo aspectos culturais, sociais e econômicos, era privilégio de poucos, e apenas a elite a ela tinha acesso. Gradativamente a incumbência da Educação foi passada à igreja e, com a evolução da sociedade, analisada por vários pensadores, cada qual a seu tempo, foi-se atribuindo a tarefa de educar às escolas. Auguste Comte afirmava que a transformação da sociedade só aconteceria com a revolução das idéias e esse mister só seria concretizado através da educação que era um dever do Estado. Essa educação atendia às necessidades do poder hegemônico, formando profissionais técnicos convenientes à situação. Portanto, era excludente.
Hoje, com uma "visão" muito mais ampla, a Educação é aberta a todos, procura atingir a "massa", na esperança de combater o analfabetismo e possibilitar uma melhor inserção do indivíduo na sociedade. Porém, a escola, que é uma das instituições a quem cabe a educação, ainda é um aparelho ideológico que faz com que os alunos interiorizem o modo de pensar, sentir e agir dominante na sociedade. A ideologia é ilusória, pois oculta a realidade. A partir dela elabora-se os pensamentos, produz-se discursos, que na verdade não retratam o desejo de instituições sociais. Seu conteúdo é convincente, mas possui partes silenciosas, apresentam uma realidade sem contradições, colocando as diferenças reais como uma diversidade das condições de vida, sem levar em conta a organização social e cultural. Assim, ela continua excludente. Podemos perguntar: o que fazer?
Acreditamos que a escola é um todo e como tal devemos dela participar. Se houver uma intenção coletiva de se fazer educação, certamente ela será includente e possibilitará ser realmente "para todos". Aí então, a escola será um corpo onde cada membro é imprescindível para promover o ser humano. Nesta perspectiva, faz-se necessário uma mudança de