o homem morto
Para abordar a reflexão de Walter Benjamin acerca do desenvolvimento capitalista na modernidade, o presente trabalho considera os seus escritos Paris – capital do século XIX e Paris no segundo império em Baudelaire. Na sua exposição, Benjamin destaca, nos escritos aqui considerados, os seguintes tópicos: “Paris, a capital do século XIX” em i) Fourier ou as passagens; ii) Daguerre ou os panoramas; iii) Grandville ou as exposições universais; iv) Luís Filipe ou o intérieur; v) Baudelaire ou as ruas de Paris e vi) Haussmann ou as barricadas. O segundo escrito, “Paris do Segundo Império em Baudelaire” se divide em três fragmentos: i) a Boêmia ii) o Flâneur e iii) a Modernidade.
Benjamin se reporta a Paris do século XIX com o intento de apreender a modernidade do capitalismo no seu momento mais significativo. Daí destacar a questão da metrópole e o processo de modernização, identificando as suas consequências junto a cidade e os seus habitantes, a cultura, a arquitetura, a moda e a arte. Portanto, com a modernização das cidades, todo o ethos se modificou. Benjamin busca interpretar o estado da cultura na época de uma Modernidade em processo de expansão. No seu entender:
(...) da vida burguesa que estabeleceu na França... Tudo passava em desfile... Dias de festa e dias de luto, trabalho e lazer, costumes matrimoniais e hábitos celibatários, famílias, casa, filhos, escola, sociedade, teatro, tipos, profissões1.
Na obra Passagens, Benjamin apresenta o processo de modelação das metrópoles modernas com base na produção industrial. Ele demonstra como a burguesia mobiliza o proletariado em torno do fetiche, pois o embelezamento da cidade evita, por sua vez, o avanço do proletariado na luta de barricadas e com isso põe fim à revolução. Nesse sentido, Benjamin apresenta os aspectos da industrialização e da história social urbana, explicitando os comportamentos sociais e a questão das mercadorias como sonho