O homem da cabeça de papelão - Resenha
Anna Carolina Araújo Silveira
QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MERA COINCIDÊNCIA
Obra: O homem da cabeça de papelão
Autor: João do Rio
Ilustrador: Caeto
Número de páginas: 56
ISBN: 978-85-7715-268-1
Encadernação: Brochura
Dimensões: 21.0 × 21.0 cm
Referência: RIO, João do. O homem da cabeça de papelão. Ilustrações de Caeto. 1ªedição. São Paulo: Hedra, 2012. 56 p.
O homem da cabeça de papelão, publicado pela primeira vez em 1921, como parte integrante do livro “Rosário da Ilusão”, tornou-se livro ilustrado para crianças e jovens. Este conto satírico, ambientado no país fictício Sol, tem como personagem principal Agenor, um homem que só dizia a verdade, e, dentre outras qualidades, era honesto, trabalhador e incrivelmente bom. Há que se pensar que desta maneira ele seria rodeado de amigos e alcançaria o sucesso em todas as esferas de sua vida social. No entanto, no país Sol as coisas não funcionam sob esta ótica: em um país em que toda a população pensa de acordo com as regras hipócritas da sociedade em que vive e em que há a primazia da mentira e do lisonjeio interessado, um homem que tivesse estas características seria execrado – e não foi diferente com Antenor, condenado a viver sozinho, apenas com a mãe. Só que o amor, mesmo no país Sol (um país em que política e corrupção andam de mãos dadas), opera mudanças significativas, e, por amor, nosso protagonista decide tomar juízo e ser como os outros, passando a usar uma cabeça de papelão. Nesta edição do conto em forma de livro ilustrado, podemos ver o casamento perfeito entre a narrativa que satiriza uma sociedade fictícia e futurista e as ilustrações de Caeto, com traços e contextualizações contemporâneos, intervindo na obra de forma a tornar claros os acontecimentos que envolvem Agenor para um público extremamente jovem, trazendo o conto para a realidade do século XXI. Com uma ilustração em forma de história em