O historiador e seus fatos
Carr inicia este capítulo evidenciando a impossibilidade de uma história plenamente objetiva. A tentativa de uma história definitiva, que se baseie em fatos tão indiscutíveis quanto qualquer objeto físico palpável é falaciosa. Os fato históricos tendem a ser vistos pelo senso comum de modo bastante peculiar, como eventos imutáveis e consensuais dos quais se pode extrair significados absolutos, mas para qualquer observador atento isso é claramente absurdo. Os fato históricos jamais falam por si, e sim, são sempre interpretados. Nem mesmo existem fatos consensualmente tidos como importantes, um historiador pode selecionar um evento para estudo que passe totalmente desapercebido por outro, ou seja, não apenas a interpretação é pessoal, mas a própria escolha dos fatos. Assim sendo eu poderia reescrever a história da Segunda Guerra Mundial pelo ponto de vista das Testemunhas de Jeová que sofreram nos campos de concentração nazista como mostrado na exposição Triângulos Roxos há cerca de um ano, ao invés do ponto de vista dos Judeus que tiveram a mesma sorte, ou mesmo sobre o ponto de vista dos homossexuais.
Isso afinal, destrói qualquer possibilidade de objetividade na história e pelo menos a meu ver, aniquila sua intenção de se firmar como Ciência plena. E mais uma vez, como voltarei a insistir neste trabalho, a meu ver a aproxima do campo da Filosofia, assim como também ocorre às Ciências Humanas tais como Antropologia, Sociologia ou Psicologia.
Tudo isso remete ao "fato" de que a visão sobre a história depende da interpretação. Ou seja, da escolha própria que alguém pode fazer de ver tais eventos de um modo ou de outro como eu coloquei na introdução deste trabalho. E dessa forma, concluo que as interpretações "evolutivas" e "involutivas" da história não são melhores ou piores por si mesmas e tendo escolha, eu fico não apenas com a opção que mais me agrade e que mais indique um futuro promissor, mas com a que mais me auxilie a buscar tal