O futuro do trabalho
É uma mudança radical em relação ao fim dos anos de 1960, quando os indivíduos eram enraizados em sólidas realidades institucionais nas suas corporações, que, por sua vez, navegavam em mercados relativamente firmes. Na época de dourada do capitalismo do pós-guerra ( anos 1950 e 1960), quando matérias-primas entravam por uma ponta e automóveis saíam prontos por outra, vigorava certa “ética social” que domava as lutas de classe e garantia- mais na Europa, mas também nos Estados Unidos- benefícios como educação, saúde e pensões por aposentadoria, considerados então direitos universais. A partir de 1980, com a globalização dos mercados, as corporações e seus investidores ficaram mais preocupados com os lucros a curto prazo e os empregos começaram a cruzar rapidamente as fronteiras. E, com avanços da tecnologia da informação, tornou-se mais barato investir em máquinas do que pagar pessoas para trabalharem. Richard Sennett, da London School of Economics, entrevistou naquela época trabalhadores da classe média que se encontravam no epicentro das indústrias de alta tecnologia, dos serviços financeiros e dos meios de comunicação. Grande número deles considerava que sua vida estava agora em risco permanente. A tendência era aceitar essas mudanças estruturais com resignação, como se tivessem caráter inevitável, no que acertaram em cheio. O novo capital é impaciente [....]. Sennett vê a