O front brasileiro na guerra verde: vegetais, colonialismo e cultura.
No início de seu texto, Sevcenko explica os motivos que levaram os europeus a se interessar pelo Brasil. Um deles o autor diz que é o impulso desejante, a experiência sensorial de uma paisagem nunca antes explorada, é a vontade de conhecer, conquistar e ter novas sensações nas terras desconhecidas, mas sem nunca destruí-las. Ao contrário da intervenção colonizadora que buscava desbravar as novas terras e tomar o controle destas, tornando sua flora nativa um produto a ser comercializado. Com isso o autor separa o processo de colonização nas cores verde e vermelho, onde o verde é o processo de colonização mais destrutivo, pois os europeus tinham em mente que todos os perigos vinham da mata, portanto, para eles, a melhor paisagem seria a inexistente. Assim não haveria lugar para índios ou animais selvagens se esconderem.
Ao longo do texto, Sevcenko traça uma característica compartilhada pelo jardim Alameda México, a Ilha Maurícia e o Passo Imperial, que é a aproximação do homem com a natureza de uma maneira “europeizada”, o que ele define como uma profilaxia vegetal.
O autor discorre sobre o barão Langsdorff, que partilhava do conceito sensorial descrito no início do texto. Com base nesse conceito, o barão adquiriu uma fazenda na periferia do Rio de Janeiro, chamada fazenda da Mandioca, para exploração científica, onde realizou experimentos de adaptação de espécies européias e asiáticas que atestaram que o solo brasileiro é receptivo a quase todos os tipos de plantas. Isso aumentou a exploração do solo brasileiro que agora possuía espécies de outros continentes.
Sevcenko termina seu texto lamentando a ferocidade européia e afirmando que a única coisa que resta para os brasileiros é o sentimento melancólico de nostalgia de uma paisagem perdida para sempre.