O foco narrativo
[...] A diferença principal entre narrativa e cena está de acordo com o modelo geral particular: sumário narrativo é um relato generalizado ou a exposição de uma serie de ventos abrangendo um certo período de tempo e uma variedade de locais, e parece ser o modo normal, simples, de narrar; a cena imediata emerge assim que os detalhes específicos, sucessivos e contínuos de tempo, lugar, ação,personagem e diálogo, começam a parecer. Não apenas o diálogo mas detalhes concretos dentro de uma estrutura especifica de tempo e lugar são os sine qua non da cena.[...](p.26)
“ A narrativa é um relato generalizado do que aconteceu.”
[...] Este tipo de NARRADOR tem a liberdade de narrar à vontade, de colocar-se acima, ou como quer J.Pouillon, por trás, adotando um PONTO DE VISTA divino.[...](p.26)
“ Este é o primeiro tipo de narrador da categoria feita por Friedman onde ele tem uma liberdade maior podendo inclusive expressar seus próprios pensamentos , falar de outros lugares, sobre a vida e costumes.”
[...] Respondendo as questões de Friedman: - quem narra? – um narrador onisciente intruso, um eu que tudo segue, tudo sabe e tudo comenta, analisa e critica, sem nenhuma naturalidade. – De que lugar?- provavelmente de cima, dominando tudo e todos, até mesmo puxando com pleno domínio as nossas reações de leitores e blindando-nos o tempo todo. [...](p.29)
“Onisciente intruso, o nome já explica se intromete em tudo, sabe de tudo e tem total domínio.”
[...] Quem nos fala é esse eu. Os canais de que se utiliza são os mais variados, predominando a sua própria observação direta. Finalmente, somos colocados a uma DISTÂNCIA, ao mesmo tempo menor, do narrado- já que temos acesso até aos pensamentos das personagens - , e maior porque a presença do narrador medeia sempre, ostensiva, entre nós e os fatos narrados, conservando-nos ironicamente afastados deles, impedindo nossa identificação com