O Flautista de Hamelin
Conto Escrito pelos Irmãos Grimm
Poesia de: Robert Browning
Adaptação: Renato Farinha
Ato Único com duas Cenas
1ª Cena
(Cenário de uma pequena cidade da idade média, com uma fonte no meio e duas ruas uma a direita e outra a esquerda, palácio dos nobres ao centro com uma escada que dá para uma sacada onde estão os nobres, entra um Senhor com aparência nobre, declamando)
Nobre Declamador: Cidade de Hamelin, em Brunswick/Junto à Hanover afamada/O rio Weser, largo e fundo/Banha as muralhas, jucundo/Melhor lugar não há no mundo/Mas, quando começa a minha saga/Quase cinco séculos já lá vão/Apertava o coração/Ver o povo sofrer tanto com uma praga.
Senhora das Quitandas e Verduras: Ratos!/Lutavam com os cães e matavam os gatos/Mordiam os bebés nos seus sacos/Comiam os queijos das cubas e pratos/Das cozinheiras roubavam as sopas/Pilhavam as arcas das salgadeiras/Faziam ninhos nas roupas de domingo/Estragavam até as fofocas na praça/Abafando os barulhentos/Com seus guinchos e chiados/De mil tons e maneiras/Por fim, o povo zangado/Correu para a Câmara, aziado: “Está provado”, gritavam, “o Presidente é um frouxo!/Quanto à nossa Assembleia… é tapada!/Ver que pagamos impostos/A tantos conversa-melo/Que não sabem como livrar-nos dos ratos!
Senhor da Padaria: Acaso julgais que ser velho e obeso/Vos dá direito a ter um cargo de peso?/Toca a reagir, Senhores! Miolos a trabalhar/Para o remédio encontrar,/Senão, é certo e sabido que vos mandamos passear!
Nobre Declamador: Ao ouvir isto, Presidente e Assembleia, Tremeram de medo ante tal ideia. O Presidente quebrou o silêncio por fim, Estava o conselho reunido há uma hora:
Presidente: Venderia a minha capa de arminho por um florim;/Quem me dera estar à milhas, ir-me embora!/É fácil dizer: encontrem a solução”…/A minha pobre cabeça já me dói até mais não/De tanto a coçar em vão./Uma boa ratoeira era tudo o que eu queria!”
Nobre Declamador: E eis que, quando tais palavras dizia,/Alguém à porta da Câmara