O fim dos empregos
A palavra trabalho não tem uma origem muito boa. Primeiro foi associada a castigo por alguns séculos; depois foi associada à pobreza, porque, afinal de contas, só trabalhava quem não tinha dinheiro (leia-se terras) e finalmente porque se não se tem trabalho, não se tem renda e não se faz parte desta massa consumidora que alimenta o mercado com demandas. Logo, se não tenho demandas não existo para o mercado (que, aliás, faz de tudo para abarcar a todos, pois é desta forma que maior e mais forte ele fica). Olha a bolsa família ai gente! Dá até marchinha de carnaval! È aquela velha história de ensinar a pescar ou dar o peixe - e claro que quem ganha o peixe, agradece e mais empobrece, mas ai é mais da mesma história.
O bom é que mudanças significativas nas relações entre o capital e o trabalhador têm definido não só um novo perfil profissional calcado na capacitação crescente das pessoas, mas também em novos modelos para esta relação. O trabalhador e as empresas têm cada vez mais claros a necessidade de formação e especialização para que dêem conta do desafio produtivo, permeado por sistemas, processos e tecnologias cada vez mais sofisticados. Quanto mais apto para uma tarefa for um profissional, mais valor irá agregar ao que produz.
Neste espaço se coloca uma diferença significativa entre as Pessoas que nele transitam – os que têm um emprego e os que têm empregabilidade. Emprego é a condição de estar legalmente vinculado a uma empresa ou organização. O sonho de muitas pessoas: folha de pagamento, 13º, férias, estabilidade, aposentadoria e missão cumprida!
Mas temos que lembrar que neste modelo temos um supervisor, o chefe, o chefe do chefe falando sem parar em produtividade, qualidade, refugo, reprocesso e participação. E tem ainda o RH e as psicólogas, falando sem parar em auto-desenvolvimento, comprometimento, equipe (não, equipe não vale mais, o negócio agora