O fim do finalismo como explicação para o mundo orgânico

O fim do finalismo como explicação para o mundo orgânico

Introdução
Este trabalho tem o propósito de criticar a adoção de uma perspectiva teleológica para o mundo orgânico. Fazendo uma leitura de Schopenhauer que faz uma leitura de Kant, deseja-se propor aqui uma resposta biológica para a compreensão do mundo orgânico. Resposta essa que não estava ao alcance de Kant nem de Schopenhauer. Hoje, apoiado nos paradigmas darwinianos os homens estão em absoluta condição de encontrarem uma explicação mecânica para o mundo que os cerca.
A teleologia é uma visão de mundo finalista. Ou seja, são aquelas teorias que afirmam existir algum propósito ou alguma meta na constituição dos seres orgânicos. Além disso, a teleologia, ou finalismo, é utilizado por Kant e Schopenhauer para explicar o mundo orgânico. Será visto que essa utilização é baseada no que Kant chama de juízo reflexionante. Ou seja, são teorias que são feitas na ausência de elementos empíricos que condicionem os autores a darem um relato objetivo do mundo, um relato determinado. Assim, o que eles fazem é a construção de um sistema a partir de suas reflexões subjetivas.
Se Kant, Schopenhauer e diversos outros filósofos não tinham uma explicação mecânica para ser dada sobre o mundo, essa já nos é acessível desde que Charles Darwin publicou sua revolucionária obra Origens das espécies. Além de desafiar essa visão de mundo finalista, o texto é concluído com uma rápida exposição da explicação mecânica dada por Darwin.
Kant, Schopenhauer e a teleologia
De acordo com Horkheimer, em seu ensaio A atualidade de Schopenhauer, Schopenhauer se distancia de Hegel quando nega a consistência do sistema que abarca todo o mundo. O sistema hegeliano implica numa re-conciliação atingida pelo pensamento por meio da identidade dos opostos. A recusa de Schopenhauer se liga intimamente à recusa da teleologia. Para Hegel existia um alvo, um telos autêntico no curso do mundo. O que interessa desse sistema hegeliano para os