o evangelho segundo dell
Em novembro, o Banco SOFISA, uma instituição com sede em São Paulo, decidiu comprar novos computadores e periféricos para ampliar o banco de dados dos clientes. O gerente de suporte e produção do banco, seguiu a praxe e fez uma cotação de preços no mercado. Acrescentou apenas uma novidade: incluiu entre os possíveis fornecedores a marca americana Dell, que estava inaugurando naquele mês a sua fábrica brasileira. Dias depois, o Banco comunicou à Dell que ela havia ganho a parada – uma encomenda de 150 000 reais – contra revendedores de sua rival Compaq, líder na venda de PCs no Brasil e no mundo. A decisão do Banco SOFISA foi motivada por preços 50% inferiores e condições de assistência muito melhores do que os concorrentes.
Com uma fábrica instalada em Eldorado do sul, na vizinhança de Porto Alegre, a Dell; reproduz aqui o modelo de negócio que tornou a segunda maior vendedora de PCs do mundo, superando a IBM e a HP. No Brasil, a Dell entrou na disputa de um bolo estimado em 1 bilhão de dólares por ano em servidores de rede, 600 milhões em PCs e mais de 100 milhões de dólares em estações de trabalho – sem contar as vendas da pirataria.
Fundada pelo texano Michael Dell há 15 anos, a empresa faturou 18 bilhões de dólares e lucrou 1,5 bilhão no ano passado. A líder Compaq teve mais que o dobro de receita, mas seu lucro ficou em 569 milhões de dólares. O esquema de crescimento rápido (48% em 1999) e com alta rentabilidade da Dell é mais conhecido por sua proposta de vender exclusivamente sem intermediários, com o mínimo de estoque e, de preferência, via Internet. Mas não se resume a isso. Outro ponto forte da empresa é a estrutura de relacionamento com os clientes, principalmente as grandes organizações, responsáveis por quase 70% de seu faturamento global. O fato de ter nascido com o conceito de só vender direto ajuda. Fica mais fácil para a Dell ouvir o cliente e gerenciar a operação para satisfazer seus desejos.
Como isso se dá na