o estigma associado a hanseniase
A hanseníase (lepra) é uma doença milenar, conhecida desde os tempos bíblicos. No Antigo Testamento, no livro de Levíticos capítulos 13 e 14, a pessoa que possuía a lepra era considerada imunda, pois todos acreditavam que a lepra era uma praga, um castigo divino. O preconceito e a exclusão social estão presentes desde aquela época.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa lenta, causada pelo bacilo mycobacterium leprae, que se manifesta através de lesões na pele e nos nervos periféricos como olhos, mãos e pés. A doença pode causar incapacidade física, evoluindo para deformidades que limitam a vida do portador, dificultado seu trabalho, sua vida social e emocional. Hoje em dia, apesar das políticas públicas de saúde para hanseníase, que oferece assistência para o tratamento e cura dos pacientes, a maior parte da sociedade não tem conhecimento sobre a doença, levando ao preconceito, discriminação e exclusão social.
O portador de hanseníase é extremamente estigmatizado, em razão de sua doença provocar marcas visíveis aos outros. Quando nos referirmos a estigma, e aos sujeitos estigmatizados, podemos ter como referência o preceito de GOFFMAN: Enquanto o estranho está a nossa frente, podem surgir evidências de que ele tem atributos que o torna diferente de outros que se encontram numa categoria em que pudesse ser incluído, sendo, até, de uma espécie menos desejável – num caso extremo, uma pessoa completamente má, perigosa ou fraca. Assim, deixamos de considerá-lo criatura comum e total, reduzindo-o a uma pessoa estragada e diminuída. Tal característica é um estigma(..)” GOFFMANN (1975, p. 06)
Dessa forma, o portador de hanseníase, em razão de sua doença e da sua aparência, foge da forma “normal” com que as pessoas estão acostumadas a se relacionar, passando essa característica a se configurar como um atributo profundamente depreciativo – não desejável e que representa perigo. Dessa forma o portador de